sexta-feira, 31 de outubro de 2014

As discussões sobre o Golpe abrem caminho para o marco regulatório para as comunicações

Capa de Veja - conivência da imprensa com o Regime Militar.
"A ditadura no Brasil não foi apenas militar; foi militar, civil e midiática". As palavras são da professora doutora em Comunicação Social e presidenta da Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (Alcar), Maria Berenice Machado.

Foram ditas em conferência de abertura do 2º Encontro Centro-Oeste sobre História da Mídia, que discute os 50 anos do golpe no país. O evento ocorre no Instituto de Linguagens da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá.

Na conferência, a professora, que ministra aulas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mostrou como parte considerável da mídia nacional apoiou o golpe ditatorial em 1964, o que incluiu a revista "Veja" e a TV Globo. Também expôs o apoio de grandes empresas, como Votorantim e Ultragás.

Mostrou, ainda, como os grandes veículos de comunicação bancaram a candidatura de Collor à presidência em 1989, sustentaram os governos FHC (de meados dos anos 1990 a 2002) e trataram com bem menos acolhimento os governos Lula e Dilma, a partir de 2003.

Indagada sobre a criação de um marco regulatório para as comunicações no Brasil, disse que, apesar de não ser sua área de pesquisa, tal proposta coaduna com a Constituição de 1988. Entretanto, pondera que o governo precisa explicar didaticamente como isso funcionaria e de que modo a população ganharia com a democratização do setor.

Portanto, vamos à luta! Precisamos democratizar a mídia!

Por Gibran Luis Lachowski, professor do curso de COS-Jornalismo da Unemat